Tânia: atriz, leal, questionadora, sincera, irônica, exigente, fácil, radical, sensível, dura, intensa, controladora, generosa, egoísta, protetora, desapegada, aberta, ermitã, sensata e aventureira. "Sou todas em Uma" BEM VINDOS!


Oficina de teatro com Tânia Cavalheiro

5 de jul. de 2013

“NÃO COSTUMO IR AO TEATRO”

Escuto esta frase frequentemente.
Inclusive de pessoas (supostamente) cultas, inteligentes e até bem sucedidas.
É claro que fico de boca aberta, sem entender bulhufas e com cara de caneta.

Com vontade de perguntar “POR QUÊ?”, mas daí penso melhor e às
vezes nem pergunto.
Pior ainda quando a pessoa diz: “gosto de teatro, mas nunca fui”... HEIM?
Como posso gostar de algo que não conheço?

“É caro” é outro dos argumentos. Um ingresso de teatro custa em
média-míseros - R$ 25,00!
Já pararam pra pensar quanto custam os figurinos para montar uma
peça teatral? Imaginam quanto custam os cenários?
Já pararam para pensar quanto tempo de ensaio exigiu de direção, atores e da
equipe técnica (iluminação, sonorização, bilheteria)?

Os estádios, enquanto isso lotam!
É claro que lá se vai pra “desopilar” e pode-se xingar à vontade...
Não sei quanto custa um ingresso de futebol, mais o bauru que se devora e os
litros de refri. Nada contra o futebol, acho que tudo é cultura, mas uma coisa não
exclui a hora.
Mas acho que CULTURA inclui ler, ir ao cinema, viajar sempre que possível e
obviamente ir ao teatro.
Sem teatro, tua cultura é incompleta. É como cachorro quente sem salsicha, saca?

Viver o êxtase de ver o ator ALI perto se esfalfando pra te mostrar de perto seus meses
de trabalho e pesquisa, a emoção das nuances de voz, a respiração alterada...
E finalmente sentir a lágrima que certamente vai surgir em teus olhos, mesmo que a
obra seja comédia, isso, meu caro, não tem preço!
Vá ao teatro. Invista em sua cultura e em sua emoção VIVA.
Sinta-se naquela pele... Você nunca mais será a mesma pessoa. Juro!

Tânia Cavalheiro.
Atriz e diretora.

10 de junho de 1023

ORAÇÃO CONTRA A INVEJA:


Teu cérebro burro não lembrará meu nome e se tentares lembrar, tua língua
se entortará, assim como teu pobre cérebro, teus olhos e tua boca.

Que teu caminho descruze o meu por todos os séculos.

Teu pensamento pequeno ficará para sempre longe de mim e dos meus.
Que tua luzinha jamais te deixe na mais absoluta escuridão.

AMÉM!


Tânia Cavalheiro (Em dia de pura bobagem)...

INVADIR VIDAS


Indiscretamente, observo as pessoas.
Na maioria das vezes, nem sei que estou encarando e analisando.
Mas elas notam.
Quando elas se dão conta que estão sendo analisadas, encaram de
volta, com aquele olhar de “o que foi?” desvio o olhar e consigo
disfarçar por alguns segundos... Para logo voltar a espiar.

Ontem acordei com vontade de ser freira.
Mas freira má, manipuladora do mal, intrigueira, sabe?
Que vê maldade em tudo, que enxerga abuso (onde existe apenas
vontade de ajudar) e sai por aí, sem o menor pudor, espalhando que
"VIU" o abuso acontecer... 
Com requintes de detalhes, obviamente. Detalhes sórdidos.
Claro que alguém será julgado e condenado injustamente e nesse
detalhe que “minha” freira sente o prazer maior!
(Assista o filme "Dúvida"; brilhante!)

Semana passada quis ser uma noviça rebelde, só que mais velha que
aquela que conhecemos do filme.
Minha noviça chegava numa casa suja, bagunçada e cheia de
crianças famintas que nunca (NUNCA) tinham escutado música e
viviam sozinhas num casarão tão sujo quanto elas.
Famintas, carentes e desconfiadas, tentavam matá-la no começo
para depois...imagine os horrores que puder...
Vai, você pode!

Outro dia, sonhei que era uma assassina em série, que
matava indiscriminadamente. 
Para matar, subia num telhado e de lá
atirava a esmo.
Matava inocentes com o maior prazer e se
masturbava quando lembrava o sofrimento de suas vítimas e de
seus familiares.
Quando pensava na dor dessas famílias, o seu gozo
era pleno.
Não era nenhum trauma de infância, não: só loucura mesmo.

Hoje quero viver uma mulher de meia idade recalcada, mal amada, que
faz de tudo para separar pessoas felizes, que isso é uma afronta.
Precisa separá-las para não se sentir tão só.
A dor alheia a faz menos infeliz, entende?
Faz fofocas bem elaboradas, conta mentiras e em seu rosto existe
tal verdade que ninguém desconfia.
Mente olhando nos olhos, segurando
as mãos firmemente... À noite, sozinha em seu quarto emprestado
por piedade, chora abraçada à foto do único homem que amou
e – claro! - a rejeitou.

Amanhã sei que vou querer ser uma prostituta velha, realizada e feliz
em sua carreira de mil amigos conquistado ao longo anos de
confidências feitas nas camas de colchões ralos, onde muitas vezes
sequer fez sexo pelo qual ela sempre recebeu seu pagamento.

Posso ser uma ninfomaníaca, uma mulher cheia de TOCS.
Ou uma guerrilheira. Uma favelada paupérrima que vende os
melhores quindins do mundo para a melhor confeitaria da cidade.
Quem sabe uma dona de casa certinha e castradora?
Ou uma musicista que compõe a música mais bela de todos os tempos!
Ou um mendigo que declama poesias de Vinícius...
Posso ser um palhaço, um bêbado,
É essa a beleza de ser atriz! Tudo é possível!
Posso ser o que eu quiser, sem perder minha essência.
Depois, não sem alguma sensação de perda, é só voltar a vestir a
minha pele e seguir sendo o que sou.

É por isso que invado vidas.

Você pode ser o próximo.

Tânia Cavalheiro

550 PANCADAS

MINHA VERSÃO CLASSE  SOCIAL “F”
SOBRE 50 TONS DE CINZA 

“Minha, seguinte fui estrupado por todos meus 4 padrastos então não gosto que
me toquem nem de nhemnhemnhem, saca?
Aqui no barraco quem manda sou eu, então não preciso chegar bebum do buteco
pra dar ordem e se eu achar que tu merece um corretivo dou mesmo e como sou
teu macho não vale reclamar depois, tá ligada? Era isso, mina!


Uéééé, não achou romântico?!
só porque na minha versão o cara não é rico, lindo e poderoso?
Preconceito!
Tânia Cavalheiro